quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Pecou? Chega mais perto!

 

"E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me" (
Gênesis 3:6-10).

Desde o início, se vê que o homem, quando peca, tem a tendência de se "esconder" de Deus. Por vergonha, por não se achar capaz ou merecedor de chegar diante de um Deus Santo, em que todo o poder está em suas mãos. Isso se dá, principalmente, pelo fato de que o pecado acaba nos revelando que estamos nus. Mas o problema é muito mais profundo.

Não se trata da nudez do corpo físico, que sempre esteve à mostra, mas da alma embotada da vergonha do pecado, num estado de sujeira, diferente do propósito de Deus para nossas vidas.

Essa nudez revela quem realmente somos depois que o pecado entrou nas nossas vidas. E isso é algo que procuramos a todo tempo esconder. Na verdade, não queremos mostrar o que verdadeiramente somos a ninguém, nem a nós mesmos. Não queremos exibir essa nudez interior.

Assim como Adão e Eva, muitas vezes procuramos um paliativo, cobrindo-nos com folhas de figueiras. As folhas de figueira significavam atacar o efeito, os sintomas da doença, mas não é a cura, tanto que, ao ouvirem Deus se aproximando eles se esconderam.

Quem realmente somos, o que pensamos e desejamos no nosso íntimo não são problemas para Deus, nós que nos sentimos mal com isso.

O pecado não é problema para Deus, é problema para nós, pois nos leva para longe da presença dEle.

Então nos escondemos.

E nos escondemos porque reconhecemos os nossos pecados, sentimos culpa, passamos a ter um olhar fixo para nossa mazela, e deixamos de olhar para Jesus.

Nós nos escondemos quando não confessamos o nosso próprio pecado a Ele, quando ressaltamos o pecado do outro, quando criamos normas de condutas e rituais religiosos acreditando que os mesmos nos justificam e nos dão o direito de acessar os céus. Quando forjamos uma santidade, no jeito de falar, orar, se vestir, julgar...

Nós nos escondemos em nossas orações, quando evitamos falar com Deus sobre os nossos maus pensamentos, nossos sentimentos egoístas e ruins, ou nossas próprias ações contrárias à vontade dEle para nossas vidas. E nos escondemos quando gastamos esse precioso momento tentando desviar a atenção do Senhor do nosso estado caído, tentando mostrar para Ele aquilo que não somos.

Deus não tem problemas com a nossa nudez, pelo contrário, foi Ele que foi à presença de Adão e Eva enquanto eles se escondiam, esperando que eles se apresentassem nus, despidos de quaisquer tentativas vãs de encobrirem suas vergonhas.

Deus espera que em nossas orações nós confessemos a Ele o que realmente somos, a nossa verdadeira natureza, e peçamos ajuda, socorro para o que nos tornamos.

Desnude-se na presença do Senhor. Dispa a sua alma diante dele. Desnude o seu espírito. Não tente se esconder dos olhos do Senhor, nem tente fugir desse confronto.

Só assim, inteiramente nus diante dEle, é que Ele pode nos vestir com as únicas vestes capazes de cobrir a nossa vergonha: Graça, imerecida Graça.

Por Lucília Castro.
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A morte da igreja

 

 

Em uma pequena cidade do interior havia uma igreja. Antes grandiosa e fiel ao verdadeiro evangelho, essa igreja começou a cair quando começaram a surgir murmurações, apostasia e politicagens. Pessoas passaram a amar mais o poder do que o Evangelho. Buscavam bênçãos, mas se esqueciam de adorar e louvar a Deus. 

Esse cenário foi piorando cada vez mais até culminar na saída do seu pastor e na chegada de um novo pastor. Em toda a cidade o que se ouvia era que aquela igreja havia morrido, e até mesmo seus membros diziam que aquela igreja estava morta. 

O novo pastor ficou indignado ao ver suas ovelhas dizerem que a igreja havia morrido e ainda se isentarem de culpa, dizendo que os culpados eram alguns irmãos ausentes e o antigo pastor. 

O pastor pensou consigo mesmo: "Essa igreja está mesmo morta", e teve uma ideia. Se a igreja estava morta, precisava então ser enterrada. E anunciou à igreja que no próximo domingo haveria o funeral e o sepultamento da igreja.

Os membros da igreja não entenderam, pois, de fato, como se enterraria uma igreja? 

Ao chegarem na igreja no domingo, os membros viram que no púlpito havia um caixão, e nele estava escrito: Aqui está a igreja morta. 

O pastor pediu que todos os membros fizessem uma fila para verem a igreja pela última vez, mas que, ao verem caixão, voltassem a seus lugares sem dizer nada aos demais membros. 

E assim foi feito, cada um dos membros foi vendo a igreja morta no caixão. Uns voltavam para o banco tristes, outros choravam, e alguns choravam copiosamente. 

Sabe qual era a aparência da igreja morta? O mistério da igreja morta no caixão é que dentro do caixão havia um espelho e, ao olharem a igreja, os membros viam a si mesmos ali dentro do caixão. 

Nós somos a Casa de Deus, a verdadeira Igreja, templo do Espírito Santo. Eu sozinho não sou Igreja, mas nós juntos formamos uma parte da Igreja espalhada pelo mundo. E uma igreja (congregação local) só morre quando a Igreja (cristãos) reunida ali morre espiritualmente.

Temos que ser cristãos comprometidos com o Evangelho para que não vejamos uma igreja morta. 

Nós somos a "geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (I Pd 2:9). 

Não podemos mais reclamar de nossa igreja local enquanto não nos tornarmos a Igreja de Cristo.

Por Adonias Roque de Souza.