quarta-feira, 1 de julho de 2020

Senhor, eu quero te amar para sempre!


Por que pessoas desanimadas são uma realidade tão comum nas nossas igrejas? Desânimo não é pecado e todos estão sujeitos a passar por momentos assim, mas por que isso acaba se tornando uma constante, se a Bíblia garante que “Far-me-ás ver as veredas da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.” (Salmos 16:11)?

Talvez essa não seja a única causa, mas na maioria das vezes as pessoas simplesmente se esquecem do porquê de estarem onde estão, de fazerem o que fazem. Sabemos que Jesus Cristo morreu na cruz por nós, mas quantas vezes realmente paramos para pensar no que isso significa em termos práticos? Será que ainda conseguimos nos emocionar por tão grande amor? A mensagem do Evangelho já se tornou tão natural que a mecanizamos, e é exatamente aqui que mora o perigo.

Certa vez, me perguntaram o que eu fazia na obra de Deus. Brincando, respondi "Você quer a lista?", mas contei todas as minhas responsabilidades e cargos. Depois de ouvir, um pouco assustado, meu interlocutor perguntou, brincando: "E sobra tempo para Deus?". Essa pequena brincadeira me fez refletir por horas. Quantas vezes confundimos Deus com a igreja? Quantas vezes nos importamos mais com a obra do que com o Deus da obra? Por isso, eu te convido a relembrar: Por que você começou?

          Na carta aos Romanos, Paulo dá uma orientação quanto ao que devemos fazer: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2)

       Ao ler esse texto, geralmente nos fixamos nas orientações ou mesmo na recompensa. Mas não nos atentamos para a causa de tudo isso: a "compaixão de Deus". Nos capítulos anteriores, o apóstolo Paulo elucida muito claramente quais são essas misericórdias de Deus.

       No início da carta, Paulo explica como os gentios (os não-judeus) foram entregues “a uma disposição mental reprovável” (Romanos 1:28)Em seguida, inclui os judeus na reprovabilidade, ao afirmar que  “o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa.” (Romanos 2:24). Se não há gentios aprovados, nem mesmo judeus aprovados, “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). Mas graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, porque “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Romanos 5:20)

          Mas o que é a graça? A grande maioria dos cristãos é capaz de responder que graça é um favor. Que favor é esse que Deus nos fez? Ora, uma série de coisas, dentre as quais: 

    1. Não há condenação! "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8:1)Mas CUIDADO! Isso não é uma autorização para pecar. Significa que agora existe uma chance de vida onde antes só havia juízo de morte;

    2. Somos guiados pelo Espírito Santo! "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós." (Romanos 8:9a)

    3. Somos filhos de Deus! "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (Romanos 8:14)Isso mesmo, fomos adotados pelo Criador. Agora não somos apenas criaturas, mas também filhos; 

   4. Somos herdeiros de Deus! “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” (Romanos 8:17);

   5. Temos a esperança da glória! "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados coma glória a ser revelada em nós." (Romanos 8:18).

          Em tudo isso consiste a graça de Deus, que veio a nós através do Verbo que se fez carne e habitou entre nós, Jesus. 

         Deus não pede que nos apresentemos em sacrifício vivo, santo e agradável por obrigação ou por religiosidade. Ele descreve tudo o que já fez por nós para deixar claro que Ele nos amou primeiro. Diferente do Antigo Testamento, onde para se apresentar diante de Deus era necessário um animal para o sacrifício e um sacerdote para mediar a oferta, agora Deus nos concede a honra e a responsabilidade de sermos o sacrifício e o sacerdote.

            O que dependia de Deus já foi feito. Jesus Cristo morreu na cruz para nos dar acesso ao Pai. Ele é o Caminho, a Porta aberta, o Mediador. Se nós podemos chegar ao trono da graça, que culto ofereceremos a Deus ali? Não importam as circunstâncias, seu relacionamento com Deus depende de você. Deus “não está longe de cada um de nós; pois nEle vivemos, e nos movemos, e existimos...” (Atos 17:27-28).

Se você está se sentindo fraco espiritualmente, apenas pare de procurar culpados e faça alguma coisa. Todos nós precisamos de um ponto de ruptura na vida, onde podemos declarar que "estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8:38-39). 

Todos nós precisamos desse ponto de ruptura, onde sinceramente dizemos "Senhor, Tu me amaste primeiro e eu quero Te amar para sempre".

Por Josy Pereira Negrin.

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